Com alguns posicionamentos do atual governo, muito tem se falado a respeito do desemprego e se ele está diminuindo ou não. Aliás, este é o foco da gestão do executivo, no entanto, a problemática ainda se apresenta como um grande desafio no país. Mesmo com avanços significativos em números, a quantidade de desempregados ainda é muito alta.
Atualmente o país possui uma média de 13,1 milhões de pessoas em situação de desemprego. Porém uma pesquisa recente aponta para uma realidade ainda mais preocupante: 3,3 milhões está a procura de um emprego há cerca de 2 anos.
Aumentando ainda mais a dimensão do problema, é fato que quanto mais tempo as pessoas ficarem sem emprego, menores as chances de conseguir um. Além disso, há também categorias sociais que sofrem ainda mais com o desemprego e na busca por oportunidades.
Compreenda um pouco mais sobre esta realidade com algumas informações que levantamos para este artigo.
Quanto mais tempo desocupado, menores as chances
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística fez o levantamento de um percentual muito importante para o cenário atual do mercado de trabalho brasileiro: 26,2% do total de desempregados são de pessoas que estão encontrando sérias dificuldades para se recolocar no mercado há 2 anos.
Esta informação foi levantada tomando como base os números do 2º trimestre. No entanto, de acordo com a informação do IBGE, desde o ano de 2012 este é o maior índice apurado em um trimestre. Além disso, a quantidade está aumentando, já que no 1º trimestre do ano essa quantidade indicava 24,8% do número de desempregados.
Uma outra informação importante é o acréscimo que este grupo de indivíduos teve em apenas um ano. Nos dados levantados pela pesquisa do IBGE, o aumento foi de 196 mil pessoas, com um índice 6,2% maior dessas pessoas que procuram um posto de trabalho há, no mínimo, dois anos.
Os dados do IBGE são assustadores
O IBGE ainda faz uma afirmação impressionante a respeito do ano de 2015:
"Esse total era de 1,435 milhão de pessoas em 2015, um indicador com tendência de crescimento em função da dificuldade da inserção no mercado de trabalho a partir do início da crise econômica, em finais de 2014"
Adriana Beringuy, que é a analista encarregada pela PNAD Contínua, conclui que quanto mais tempo parado mais difícil é para conseguir retornar ao mercado. Afinal, os números mostram que a quantidade daqueles que estão desempregados há pouco tempo está diminuindo:
"Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura para os dois anos” diz Beringuy.
Negros, jovens e mulheres são os mais desempregados
A análise realizada pelo IBGE ainda apurou os tipos de indivíduos que estão mais inseridos na condição de desempregados. A diferença encontrada entre homens e mulheres foi de 3,8% com 10,3% de homens desempregados contra 14,1% de mulheres.
Fora essa diferenciação, a maior parte de cidadãos que não estão incluídos no mercado de trabalho também é de mulheres com 64,6%. Em contrapartida, os homens representam 64,3% dos brasileiros empregados.
Uma outra característica avaliada foi a diferença entre cor de pele. Entre os declarados brancos, o índice de desempregados está em 9,5% (bem abaixo da média nacional). Enquanto isso, pardos e pretos possuem um índice de 14% e 14,5%, em sequência.