Quem nunca se sentiu inseguro no ambiente de trabalho? O medo de não conseguir cumprir um objetivo ou de não desempenhar a função de forma devida são sentimentos que passam pela cabeça de todos que trabalham ou já trabalharam.
Aliás, mesmo que nem todos tenham passado por algo assim, é certo que a maioria das pessoas já teve que lidar com esses sentimentos de insegurança. A chamada “síndrome do impostor” pode acontecer com qualquer pessoa. Entretanto, segundo um levantamento feito pela HP existe uma diferença entre homens e mulheres neste aspecto.
Apesar de acontecer com pessoas de qualquer sexo, as mulheres possuem uma maior tendência a desenvolver a síndrome do impostor. De acordo com a pesquisa feita pela HP com seu corpo de funcionários, as mulheres temem arriscar a concorrência em uma nova vaga.
Na pesquisa, a maioria das funcionárias só teriam coragem de se candidatar a uma vaga de emprego se tivessem domínio sobre 100% da competências exigidas. Enquanto isso, os homens demonstram se sentir mais seguros para entrar na disputa, mesmo sem ter conhecimento de 40% dos pré-requisitos para uma nova vaga.
As causas da insegurança feminina no mercado
Este comportamento recorrente entre as mulheres já havia sido evidenciado anteriormente. Para apontar as causas do fenômeno, observou-se a cultura no ambiente de trabalho. O machismo presente em muitas companhias influencia muito para a insegurança feminina.
Não apenas no local de trabalho, o machismo ainda presente na sociedade molda a forma como muitas mulheres se enxergam. Quando ingressam no mercado de trabalho, o pensamento se manifesta no comportamento que desenvolvem no mercado de trabalho.
Culturalmente, os homens, desde cedo, são encorajados a perderem o medo e agirem com ousadia, sempre correndo riscos. Por outro lado, as meninas são educadas a se manterem sempre na zona de segurança. Arriscar? Jamais.
Diante das construções culturais, a mulher que está inserida no mercado de trabalho e aquela que ainda está tentando têm o sentimento de que se não forem 100% competentes, não chegarão a uma posição de destaque.
A diretora de soluções de talento do LinkedIn Brasil, Ana Claudia Pliha, também associa o fenômeno ao fato de as mulheres, geralmente, serem minoria no setor em que estão inseridas profissionalmente.
“As mulheres ficam mais em evidência por ser minoria em alguns ambientes corporativos e por seus resultados serem mais observados. Isso impõe a necessidade de que esses resultados sejam sempre muito bons e acaba perpetuando uma diferenciação que não é benéfica para o equilíbrio de gênero nas empresas”
Os mitos acerca do assunto
Em um levantamento de dados feito pelo LinkedIn, pode-se observar mais um motivo que justifique a insegurança feminina. As informações apontam que cerca de 13% dos head hunters têm menos probabilidade de de analisar o perfil de uma mulher que clicou para se candidatar a uma vaga na rede.
Além disso, 3% têm menos probabilidade de enviar uma mensagem a um candidato do sexo feminino após ver seu perfil no LinkedIn. No entanto, as causas que provocam a tal síndrome do impostor em mulheres são, em sua maioria, fruto de um grande mito.
Ainda na análise feita pelo LinkedIn, mulheres possuem maiores chances de serem contratadas após uma entrevista de emprego. A porcentagem fica em 16% a mais para as mulheres. Quando se trata de altos cargos, como seniores, essa porcentagem aumenta para 18%.