No primeiro trimestre de 2019, a taxa do índice de desemprego obteve um pequeno recuo. Entretanto, as expectativas dos brasileiros desempregados seguiram sem muito ânimo. Não é difícil se deparar com filas enormes de pessoas procurando se encaixar em alguma vaga de emprego.
Além do desafio em enfrentar uma concorrência muito alta, as empresas parecem solicitar pré-requisitos cada vez mais exigentes. Em contrapartida, às vezes mesmo com muita qualificação, os salários não estão à altura.
Essa realidade provoca um verdadeiro desânimo para o cidadão brasileiro, especialmente para aquele que já esteve inserido no mercado anteriormente. Com o cenário de forte exigência, voltar a trabalhar ou encontrar uma primeira oportunidade tem sido desagradável.
Lidando com o desemprego
Apesar diminuição do desemprego no início do ano, o Brasil nunca viveu um momento como o que vive hoje. Comparando a momentos anteriores, o índice de pessoas que estão fora do mercado de trabalho chega a ser 12,3% maior do que os anos de 2015 e 2016. No período, o país enfrentou um forte momento de recessão que fez a economia recuar cerca de 7%.
Logo, para enfrentar o ciclo negativo, o apoio de familiares tem sido essencial. Além disso, é muito frequente o número de pessoas qualificadas e experientes aceitando qualquer salário. As oportunidades em serviços informais não são desperdiçadas, mesmo que isso signifique a ausência de benefícios, como o INSS e o seguro de saúde. Importante mesmo é garantir o sustento e eliminar as dívidas.
Um exemplo é a história de Thaysa dos Santos, de 27 anos. Enquanto estava diante de uma agência de empregos no Rio de Janeiro, a jovem afirmou que aceitaria qualquer proposta de emprego. "A gente não pode escolher segundo nosso currículo. Tem que pegar qualquer vaga" diz Thaysa.
Se dar ao luxo sobre onde se quer trabalhar não é possível diante das circunstâncias. Logo, uma alternativa para os desempregados está sendo arriscar em novas áreas. Com isso, surgem cada vez mais microempresas de profissionais que estão buscando se reinventar.
Uma análise feita pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD revela números interessantes. De acordo com o instituto, cerca de 25,9% das pessoas empregadas no país trabalham de maneira independente. Ou seja, o brasileiro decidiu agir por conta própria, criando novas formas de levantar o seu recurso e passar pelo péssimo momento do mercado.
Voltando para o mercado de trabalho
É importante avaliar que o mercado mudou. Muitas pessoas que estão a procura de uma oportunidade estão há muito tempo sem exercer algum tipo de atividade remunerada. "Temos gente com um ano, um ano e meio, dois anos desempregada" é o que diz o administrador de uma agência de emprego, Paulo Vasconcelos.
A tendência é que o mercado continue mudando. Portanto, uma atualização na maneira de pensar e agir para contornar a situação é essencial. O psicólogo e palestrante Rogério Martins, analisa a situação e conclui:
"O grande ponto que precisa ser entendido é que o mercado de trabalho mudou e continuará mudando. Ter esta percepção é o ponto de partida para garantir sua vaga de trabalho. Assim, tudo aquilo que você sabe ou ouviu falar sobre recolocação precisa ser revisto"