Pesquisa aponta que mulheres aumentam escolaridade em relação aos homens

A pesquisa é do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). E quem foi a responsável foi a professora Hildete Pereira de Melo, sobre a escolaridade das mulheres em relação aos homens.

O resultado é inovador: pela primeira vez, o nível de escolaridade das mulheres foi considerado maior do que o dos homens. “É a maior conquista de todas as mulheres do Brasil em termos de educação nesse século 20”.

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Para ela, o assunto está longe de provar que há uma igualdade entre homens e mulheres. Porém, é, sem dúvidas, uma grande vitória que aconteceu com as decisões pessoais de cada uma das mulheres.

Ela ainda cita que no Censo de 1900, as mulheres eram consideradas analfabetas. Mas, agora, no século 20, elas são mais escolarizadas do que os homens.

Lucilene Morandi é outra professora responsável pela pesquisa. Ela também comenta sobre o estudo. “A ideia da pesquisa é mostrar o impacto da diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho – e também na renda entre ambos”.

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O trabalho de casa

As professoras indicam o PIB (Produto Interno Bruto) para serem analisados em conjunto com os resultados da pesquisa. “A gente vê a jornada das mulheres sendo de 5 horas maior”.

O PIB que é recomendado tem a ver com os estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2006. Ele mostra que se o PIB contasse as horas pagas haveria um aumento salarial, de, ao menos, 11%.

E isso entra na contrapartida do que o mercado diz: que os homens trabalham a mais – o que foi desmistificado na pesquisa.

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“A jornada das mulheres é menor no trabalho produtivo. Só que elas agregam o trabalho doméstico, dentro de casa. Isso dá 22 horas a mais, além das 8 horas de trabalho que elas fazem por dia”.

A evolução do trabalho da mulher

Foto: (reprodução/internet)

Hoje o que a gente tem representado no mercado de trabalho é muito diferente do que a gente via antigamente.

O cenário começou a favorecer a mulher, ou seja, trazer a igualdade para com os homens a partir da Revolução Industrial.

Isso porque as empresas começaram a crescer e a mão de obra era escassa. Aí, a mulher começou a entrar no mercado de trabalho, mas com um salário mísero, obviamente.

Já quando buscamos na história uma formação de ensino superior no Brasil, a data mais próxima é de 1887, quando a primeira mulher foi graduada: Rita Lobo Velho Lopes.

E isso aconteceu na Faculdade de Medicina da Bahia.

Agora, conforme os dados do estudo da Demografia Médica, que foi feito em 2018, mais de 57% de todos os profissionais da área são mulheres.

E o salário atualmente?

Para Morandi, a avaliação sobre a renda média de salário das mulheres já é maior do que o avaliado em 1991. “A partir dos anos 80, as mulheres saltaram no nível de escolaridade e isso tem reflexo direto no salário”.

No entanto, as pesquisadoras não chegaram à valores reais da porcentagem desse aumento.

O questionamento final ficou por conta das políticas públicas. Para elas, a igualdade salarial que deve existir pode ser impulsionada pelos investimentos do governo.

“Teriam que ter apoio do Estado”.

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