No cenário de geração de empregos no Brasil, um dos setores que mais costuma contratar novos funcionários é o da indústria. Este segmento costuma ficar atrás apenas da construção civil, que atualmente é líder na oferta de oportunidades.
Entretanto, no último mês de julho houve um recuo considerável na quantidade de vagas de empregos geradas pela indústria em Piracicaba. Logo, este resultado levou essa região paulista a um saldo negativo neste quesito.
Em uma análise da situação, é possível entender os motivos desse recuo nas oportunidades no setor industrial e não em outras áreas. Um dos principais fatores envolvidos é a Reforma da Previdência, cuja oferta de emprego depende de sua atualização.
Entenda mais a respeito deste levantamento realizado a seguir, na continuação deste artigo!
Saldo negativo na indústria
Em Piracicaba, a categoria do mercado que mais faz ofertas de emprego é justamente a industrial. Apesar do saldo entre os postos de trabalhos abertos e suspensos entre janeiro e julho deste ano ser positivo, quando olhamos numa perspectiva geral, essa não é bem a realidade.
Comparando com o período entre julho de 2018 e julho de 2019, a conclusão aponta para um saldo negativo. Este resultado é obtido após o apuramento das 850 vagas que acabaram sendo suspensas entre esses dois meses: o recuo percentual chega a ser de -1,82%.
Atualmente, o saldo positivo restante é de apenas 150 vagas de emprego, o que não satisfaz à demanda total e existente. No mês passado, houve uma redução de 0,98% quando comparado às vagas preenchidas em junho. De lá pra cá, em torno de 450 vagas também foram fechadas.
O desempenho das ofertas em outros setores
Ainda dentro da indústria, foram analisados os setores industriais que mais realizaram as demissões. Na área de veículos automotores, o saldo negativo está em -2,96%, o maior de todos, as outras categorias se baseiam em:
- Produtos do tipo alimentício: -2,35%;
- Produtos de metal: -1,17%;
- Máquinas e equipamentos: -0,29%.
Todos esses resultados foram apurados e divulgados pela pesquisa Nível de Emprego Industrial do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A conclusão é que dos sete primeiros meses do ano, mais da metade (quatro) tiveram um desempenho negativo da oferta de vagas de emprego.
Especialista analisa a situação
Homero Scarso, gerente-regional do Ciesp Piracicaba, atribui à situação econômica do país o baixo desempenho:
"A Economia está travada. Houve atraso na aprovação da Reforma da Previdência, as expectativas do PIB estão em revisão e pode ser que fique em 0,5% num cenário otimista. Tudo isso impacta nas contratações e não temos perspectiva de melhora no curto prazo. Corremos o risco de não chegar ao fim do ano com o saldo positivo no emprego"
Ele ainda comentou sobre a necessidade que o setor tem em receber novos investimentos para atender à infraestrutura:
"Há muito que desenvolver no País e é uma área que alavanca muitas outras. A Construção Civil esboçou uma reação, mas foi um voo curto. Em todas as famílias há pelo menos uma pessoa desempregada.”
E continua com “Há muitas famílias que a única fonte de renda é do aposentado, por causa do desemprego. Com essa situação de queda, na renda familiar, o consumo tem queda porque as pessoas freiam os gastos. Sem compradores não há produção"