A Fundação Getúlio Vargas, mais conhecida como FGV, é bem popular pelas pesquisas frequentes que realiza. Nesta semana, foi divulgada mais um de seus apuramentos e, mais uma vez, o índice de desemprego aparece em decadência. Esta informação, sem dúvidas, traz uma boa notícia para a economia do país.
O indicador utilizado pela organização já apresenta a sua segunda alta consecutiva em 2019, fato que não acontecia desde o início do último ano. A confiabilidade da apuração está no fato que a FGV analisa mais de um indicador para chegar à conclusão.
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FGV verifica crescimento do Iaemp
A Fundação Getúlio Vargas se utiliza de dois índices para analisar o mercado de trabalho, o Iaemp e o ICD. O mais interessante do apuramento realizado pela instituição, é que ambos os indicadores mostram um crescimento muito significativo entres os meses de junho e julho.
Primeiro vamos falar sobre o Indicador Antecedente de Emprego, que é o Iaemp. O objetivo estabelecido para este índice é que ele antecipe tendências dessa área. Para chegar neste propósito, são utilizadas algumas bases de dados.
Uma delas são entrevistas realizadas com consumidores e empresários da indústria e dos serviços. O crescimento deste quesito foi de 0,4 ponto, chegando aos 87 pontos. A escala utilizada vai de 0 até 200 pontos.
De acordo com Rodolpho Tobler, que é economista da FGV, este indicador apresenta a sua segunda alta no ano. Um crescimento em sequência assim já não era observado desde janeiro de 2018.
"A alta de 1,2 ponto no bimestre, contudo, é ainda tímida diante das perdas de 15,3 pontos de janeiro a maio. O cenário de recuperação do mercado de trabalho deve persistir em ritmo gradual nos próximos meses"
Queda no ICD é um bom sinal
Paralelamente ao Iaemp, atua o Indicador Coincidente de Desemprego, que é o ICD. Esse índice visa considerar a perspectiva dos consumidores, isto é, o trabalhador. De acordo com os dados colhidos com o público alvo, a queda desse indicador foi de 2 pontos, chegando a 92,6 pontos na mesma escala do Iaemp.
Mas, essa diminuição não é vista da mesma maneira que no outro índice. Pelo contrário, a queda significa que, para os consumidores, o desemprego diminuiu no país. Apesar da boa notícia, a pontuação ainda está muito alta para a pesquisa. É o que conclui Tobler.
"A melhora do ICD mostra que os consumidores têm enxergado o mercado de trabalho de forma um pouco mais favorável que nos últimos meses. Ainda é preciso cautela, mas é boa notícia que o indicador volte a sinalizar uma tendência negativa para o desemprego"
Informalidade ainda será bem presente
Ainda que as notícias sejam boas, o economista da FGV não tem uma boa expectativa para a abertura de novos postos de trabalho formais. Para ele, as funções com carteira assinada só apresentarão melhora quando a economia do país voltar a girar com mais agilidade.
“No curto prazo, é difícil imaginar que essa dinâmica (de aumento no número de trabalhadores ocupados puxados pela informalidade) vá mudar tão rápido. É difícil prever quando será possível um crescimento mais robusto (das vagas formais), talvez só mais para o fim do ano”.