O ronco, a respiração funda demais, a dificuldade em dormir, a dificuldade em permanecer dormindo, o cansaço excessivo durante o dia. Tudo isso pode ser motivo para você procurar um médico do sono. No geral, falamos em “insônia”, quando há a dificuldade de dormir.
Esse médico especialista vai solicitar exames, fazer acompanhamento e poder encontrar o melhor tratamento para o paciente. Agora, quem é o médico do sono? A gente vai falar mais da medicina do sono, dos profissionais especialistas e até mesmo do exame clínico. Confira!
As fases do sono
Para começar esse texto vamos trazer aqui o que é uma curiosidade para muita gente. Mas, nem tanto para médicos. O ideal é que você consiga entender tudo o que está escrito nesse texto. Por isso, essa pequena parte teórica é importante.
A primeira fase do sono dura até 90 minutos após nos deitarmos. É a fase da sonolência e o sono fica bem leve. Na segunda fase, a temperatura corporal começa a diminuir e a frequência cardíaca também. Ela dura só 20 minutos. A terceira fase tem até 3 ciclos.
Já a quarta fase é mais breve, durante apenas 30 minutos para cada ciclo. É marcada pelo sono profundo e acontece até 2 vezes em uma mesma noite. A fase REM é quando os sonhos acontecem. Nela, os olhos se movimentam rapidamente e há aumento de atividade cerebral.
O problema de não dormir bem
Ao entender essas fases do sono fica mais fácil saber que ao pular uma delas, a pessoa pode ter problemas na qualidade de vida. Geralmente, quem dorme mal ou dorme pouco acaba não entrando nas fases mais profundas do sono e isso gera efeitos colaterais depois.
Sendo assim, uma boa questão a ser analisada aqui é que essas noites mal dormidas podem ser resolvidas de modo simples, quando se sabe a causa. Já em outros casos, até mesmo o uso de aparelhos que ajudam na respiração é importante.
Mas, como saber disso e do tratamento? É aí que entram os médicos do sono, os quais vamos mencionar a partir do próximo tópico. Só para fechar o tópico, saiba que a Organização Mundial da Saúde diz que os distúrbios do sono afetam 40% dos brasileiros.
O que é a medicina do sono
Quando você vai fazer uma faculdade, isto é, um curso de graduação, você não encontra lá a medicina do sono, certo? Isso porque ela é uma especialidade da medicina. Ou seja, primeiro a pessoa faz medicina e depois ela se especializa em algum assunto, como o do sono.
Nessa especialização, os médicos se tornam profissionais capazes de identificar e tratar os vários distúrbios do sono. Por isso, quando pacientes se queixam de ronco, cansaço diurno, sono em excesso, dificuldade para respirar ao dormir, dores após a noite de sono, eles são encaminhados para os médicos do sono.
E logo abaixo vamos falar quem são esses médicos, na maioria dos casos. Aliás, geralmente, esses médicos pedem testes de polissonografia para saber o real diagnóstico do paciente. Veja mais sobre o exame abaixo.
Os especialistas que mais são médicos do sono
Uma curiosidade é que as doenças do sono existem há muito tempo. Há relatos que contam sobre os quadros de insônia nas pessoas e os tratamentos que eram eficazes a partir do uso de plantas medicinais.
Atualmente, dá para encontrar as causas através de exames e acompanhamento médico. Os primeiros registros oficiais de médicos especialistas em sono vêm de 1900 e aconteceram na China. Já no Brasil, somente em 1970, com o estudo das fases do sono, é que começaram a surgir profissionais dessa área.
E a especialidade começou a surgir quando estudos feitos por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, bioquímicos e eletrofisiologistas começaram a ser apontados. E hoje, você sabe quais os médicos que mais são especialistas em sono? Listamos os 3 principais.
1 - O pneumologista
Possivelmente, o pneumologista é o especialista que mais lida com as doenças do sono. Por isso, ele pode ser um expert, ou melhor, um médico do sono. Geralmente, ele é quem trata doenças como a apneia obstrutiva do sono (AOS).
O motivo é que essa doença é aquela em que o paciente simplesmente para de respirar durante o sono, o que é causado por um bloqueio nas vias aéreas. Fora isso, ele também trata doenças ligadas aos pulmões ou com foco na respiração, como asma, entre outras.
É por essa ligação que muitos pneumologistas se especializam em doenças do sono e, de fato, é um dos médicos que mais lidam com o tema hoje em dia.
2 - O otorrinolaringologista
Esse é aquele médico que fica a par de toda parte do nariz, dos ouvidos e da garganta. E ele também pode ser especialista em sono. Isso porque um desvio no septo (área do nariz) pode causar dificuldades para dormir, por exemplo.
Além disso, em alguns casos as amígdalas podem causar esse problema noturno. Logo, elas precisam ser removidas e é esse tipo de médico quem faz essa cirurgia simples. E há de se falar ainda a apneia do sono e do ronco, que são distúrbios que tem a ver com a garganta.
Logo, o otorrino, abreviação da espacialização do profissional, pode pedir vários exames para identificar as causas das doenças do sono. Um dos exames mais comuns é a polissonografia, que é um instrumento que estuda as ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca e de respiração. Falaremos mais abaixo.
3 - O neurologista
O neurologista pode ser um desses médicos do sono. O motivo é que, ainda que a maioria das doenças relacionadas ao sono venham de problemas respiratórios, outros distúrbios podem estar relacionados aos fatores neurológicos.
Agora, em um diagnóstico precoce é provável que você, enquanto paciente, seja encaminhado para vários especialistas para identificar, de forma mais exata, o seu distúrbio. No caso do neurologista ele pode descobrir doenças a partir de sintomas como dores de cabeça matinais.
Tanto é que esses médicos estão disponíveis nas redes das clínicas do sono especializadas, em consultórios particulares ou até mesmo em hospitais e postos de saúde. Além das dores de cabeça, chamadas de cefaleia, eles também podem tratar sonolência diurna excessiva.
Como ser um médico especialista no sono
Além de ser um médico e com alguma especialização, o que inclui além das citadas a de cardiologia e outras, saiba que é preciso passar na prova de títulos da Associação Brasileira do Sono. Nesse exame, o médico comprova o seu conhecimento na área.
No site da Associação dá para ver a lista dos profissionais certificados, os laboratórios de sono que são credenciados, fazer o credenciamento dos laboratórios e até mesmo saber sobre a certificação. Curiosamente, desde 2011, ela é feita em parceria com a AMB.
O exame do sono
Esse exame nada mais é do que um estudo que vai monitorar o sono do paciente. Ele não é invasivo e pode ser feito até mesmo em crianças. A ideia é acompanhar o que acontece com o cérebro e com o corpo do paciente durante a noite. Por isso, ele é em um laboratório.
E lá, durante uma noite, o paciente fica em uma sala escura e que deve ser confortável. Geralmente, é um quarto de hospital ou um centro de sono. Os aparelhos monitoram os estágios do sono e os ciclos do sono, identificando padrões e movimentos.
No geral, o estudo revela os níveis de oxigênio no sangue, os batimentos cardíacos, os batimentos respiratórios, o ronco, os movimentos corporais, etc. O exame é chamado de polissonografia. Em alguns casos, médicos optam pelo teste de apneia do sono em casa.
O exame da apneia do sono em casa
Esse caso é mais comum quando o médico acredita que o paciente não tem outros distúrbios do sono ou está crente na apneia. Geralmente, é quando não se tem histórico de doenças pulmonares, cardíacas e nem mesmo outros problemas graves de saúde.
O próprio paciente consegue configurar o dispositivo, que deve ser ligado minutos antes dele se deitar para dormir. Acaba sendo uma alternativa mais conveniente do que ter que ir até um hospital ou centro clínico. Porém, é apenas focado na apneia.
E no exame do sono completo, o médico também consegue identificar a apneia do sono, por isso, esse tem sido o exame mais solicitado atualmente.
Os resultados dos exames do sono
Se o resultado do exame for algo como “considerando o registro da noite inteira, o índice de apneia e hipopneia são normais, ausência de dessaturação da oxi-hemoglobina, ausência de ronco”, então, ele é considerado “normal”, isto é, está no padrão normal do sono.
Mas, se for “índice de distúrbio aumentado”, “presença de dessaturação da oxi-hemoglobina”, “aumento do índice de despertares fragmentado”, “presença de ronco”, “latência para o sono REM normal”, “redução da porcentagem de sono REM”, então, há alterações.
Os tratamentos naturais para insônia
Para terminar o texto e não contradizendo toda ciência por trás da insônia, saiba que há tratamentos naturais que você pode fazer se tem problemas ao dormir. Aliás, os próprios médicos recomendam eles, que tem ligação com uma vida com mais qualidade.
Assim, saiba que a prática de exercícios físicos diariamente, evitar tecnologia antes de se deitar, o hábito de se deitar no mesmo horário, criar um ambiente propício ao sono e fazer exercícios de respiração ao longo do dia ajudam como tratamento natural para o sono.